O deputado federal André Janones (Avante-MG), criador do movimento 600 pelo Brasil, cobrou nesta terça-feira (22) que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), coloque em pauta a Medida Provisória de nº 1000, na qual o presidente Jair Bolsonaro diminui o valor do auxílio emergencial pela metade. Janones afirma que se for colocada em votação, a medida será derrubada.

“Eu venho pedir que vossa excelência paute, imediatamente, a MP nº 1000, que reduziu o valor do auxílio para R$ 300. Vim dizer que o povo brasileiro nos assiste e que a história deixará marcada o nome daqueles que estenderam as mãos e daqueles que viraram as costas para nossa gente quando ele mais precisou”, disse o parlamentar. Marcos Pereira, vice-presidente da Câmara, era quem comandava a sessão, mas o discurso pareceu se voltar ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia – que está afastado por testar positivo para o novo coronavírus.

Janones ainda questionou a motivação para o assunto ainda não ter sido colocado em pauta pela presidência, em meio à mobilização que tem acontecido nas redes em defesa do auxílio integral e às mais de 200 emendas apresentadas à MP.

“Tem algo que não consigo compreender: se o povo na rua quer o auxílio de R$ 600, se os colegas deputados e senadores querem o auxílio em R$ 600, quem não quer o auxílio em R$ 600? Peço a Vossa Excelência que exponha ao Brasil os interesses escusos ou não que impedem que a MP seja votada”, questionou Maia. “Essa é a chance do Congresso Nacional mostrarem pro povo que estamos na mesma sintonia. Não adianta fingir que não estão ouvindo o povo brasileiro”, finalizou.

Em entrevista à Fórum no dia 3 de setembro, Janones afirmou que acredita que o Congresso pode reestabelecer o valor do auxílio. “Não acredito que os parlamentares terão coragem de se levantar contra a vontade da grande maioria da população. É uma necessidade”, afirmou.

A declaração de Janones aconteceu durante sessão da Câmara sobre o novo Código de Trânsito Brasileiro. Outros parlamentares também fizeram críticas à diminuição do auxílio durante a sessão realizada no mesmo dia em que Bolsonaro afirmou na Assembleia Geral da ONU que teria pago mil dólares ao beneficiários do programa.

“Esse pronunciamento deve ser repudiado pelo Parlamento brasileiro, porque o Parlamento brasileiro não pode assistir silente a um show de horrores, como esse que foi dado hoje na Assembleia Geral das Nações Unidas. [Bolsonaro] ainda tem a coragem e a desfaçatez de dizer que deu e está dando às famílias brasileiras mil dólares por conta do auxílio emergencial. Deveria dizer lá que está reduzindo o auxílio emergencial para 300 reais até o final do ano, retirando, portanto, o alimento da mesa do trabalhador, daqueles que precisam de proteção do Estado brasileiro”, disse o líder da Minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE).