O primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está chegando. Neste domingo (13), mais de 3,3 milhões de alunos em todo o país farão não apenas provas objetivas com 90 questões, divididas igualmente em Ciências Humanas e Linguagens, mas também aquela que é considerada a mais importante e que causa mais tensão nos estudantes: a redação.

Por isso, é comum que muita gente tente adivinhar qual será o tema da prova mais temida do Enem. Mas a professora Carol Silveira, do curso Entrelinhas, prefere adotar uma estratégia diferente: incentivar os alunos a não ficar preocupados em acertá-lo. A ideia, nesse caso, é seguir pela metodologia de estudo dos chamados eixos temáticos, onde diversos temas são trabalhados a partir de uma mesma área de conhecimento.

“Meio ambiente, saúde, economia, educação, cultura, tecnologia. Isso dá muita segurança para os alunos porque, ao longo da trajetória, vão adquirindo repertórios por eixo e saberão desenvolver qualquer tema que caia nesses eixos”.

Cautelosa, ela ressalta que após a reformulação da prova, ocorrida em 2009, nenhum dos temas integrava o chamado eixo do meio ambiente, nem da segurança pública, o que não significa que o Enem possa repetir temas de um mesmo eixo. “São possibilidades, mas é interessante que o aluno estude diversos eixos para que consiga desenvolver qualquer tema”, acrescenta.

Dicas

Segundo a professora, é importante o aluno se atentar ao plano de texto, ou seja, um esquema de ideias, classificado de tese complexa, a partir do qual ele irá desenvolver a partir de uma frase temática, dividindo em dois argumentos, sendo um para cada parágrafo de desenvolvimento.

“Nesse plano de texto, ele deve fazer uma escolha de repertórios que sejam coerentes, sempre partindo do que é mais antigo para o que é mais atual, ou do que é mais abstrato para o que é mais concreto, além de fazer escolhas dentro desse planejamento que também sejam coerentes com a argumentação a desenvolver”, frisa Carol.

Para ela, é necessário também definir uma estratégia para realizar a prova como um todo, de maneira a não se atrapalhar na redação. Dependendo do tema, é possível até mesmo encontrar repertórios que possam ser vinculados de alguma maneira.

“Se achar que há necessidade, faz um rascunho, vai para a prova e depois volta para passar a redação a limpo. Às vezes dentro da própria prova é possível encontrar um repertório que esteja vinculado ao tema da redação. Por isso, é recomendável fazer o projeto de texto antes, mas fazer a prova objetiva antes de passar a limpo porque alguma coisa pode mudar”, diz.

Zerar a redação, embora seja possível, não é algo comum de acontecer e costuma ocorrer em casos extremos, como em uma situação de completa fuga do tema ou escrita de menos de oito linhas. O que costuma ocorrer com frequência é a fuga parcial ao tema. Por isso, se atentar aos elementos que compõem a frase temática é importante para evitar que se fuja parcialmente.

“Então se, por exemplo, no tema do ano passado, que foi Invisibilidade e Registro Civil: Acesso à Cidadania no Brasil, o aluno não fala do acesso à cidadania, foge parcialmente[ao tema] e a nota com certeza seria abaixo de 600. Esses elementos tiram o candidato da reta”, alerta a professora.

É fundamental também se atentar a conteúdos sobre situações que ocorreram no Brasil e no mundo no segundo semestre de 2021 e no primeiro semestre de 2022. “A prova fica pronta no meio do ano, então não adianta achar que assuntos mais recentes podem ser motivadores temáticos e de questões. Vale a pena dar uma revisada no que aconteceu em todo esse período para imaginar o que vem por aí”.

Ainda para Carol, estudar na reta final não é saudável. “Adquirimos repertório enquanto assistimos um filme, um documentário ou ouvimos músicas. Essa é a hora de investir em repertórios lúdicos e dar uma relaxada para a mente. O que tinha que aprender já foi aprendido, não se pode pressionar na reta final. Descansar é importante”, finaliza.