Fonte de inspiração de grandes clássicos musicais, filmes e romances, o fantasma da traição vive cercando muitos relacionamentos. Segundo Ana Maria Zampieri, psicóloga especialista em relacionamentos, mais cedo ou mais tarde, cerca de 60% dos casais passam por uma crise que culmina numa “pulada de cerca” de alguma das partes do casal, ou quem sabe, até das duas. Marido pega esposa em casa com o “Ricardão”

Segundo os dados levantados pela psicóloga em cinco anos de pesquisas, feitas com mais de 4500 casais brasileiros, as mulheres estão tão propensas a trair quanto os homens. “Antes se pensava que eles traiam mais que elas. Mas vimos que os números são muito parecidos. A diferença é que ele é menos cuidadoso na hora de esconder a infidelidade”, completa a psicóloga. Além disso, Ana Maria aponta: enquanto os homens tendem a trair ao longo da vida, as mulheres estão mais propensas a se render aos amantes a partir dos 40 anos, quando os filhos já estão crescidos.

As mulheres e homens possuem maneiras diferentes de levar um relacionamento amoroso. E quando o assunto é traição, a ideia é a mesma. “Os homens são incentivados desde sempre a terem diversas parceiras sexuais, a ser o conquistador e a buscar aventuras fora da vida conjugal. Aos olhos da sociedade, isso até parece normal”, defende Vanessa. “Enquanto isso, as mulheres que traem são condenadas, principalmente se são mães. A sociedade vê as mulheres infiéis como um atentado à moral e à família”, concorda Ana Maria.

Relacionamentos longos podem passar por maus momentos e sem dúvida, nessas horas, a grama do vizinho parece ser sempre mais verde e a vida em outros braços mais emocionante. “Não dá pra dizer que não há fidelidade em relacionamentos longos, mas é difícil acreditar que existam pessoas totalmente fiéis a vida toda”, defende Vanessa de Oliveira, ex-prostituta e autora do livro Ele te traiu? Problema dele – Como superar a traição ontem mesmo.

Nas pesquisas de Ana Maria, muitos dos infiéis diziam buscar aventuras extraconjugais devido à monotonia, que marcava a relação em que estavam. “Os casais, com o passar dos anos, deixam de investir no erotismo, deixam de procurar formas de sair da rotina, até mesmo de conversar sobre assuntos variados. E isso abre porta para que o relacionamento balance”, diz Ana Maria. Nesse momento, as pessoas se sentem mais dispostas a procurar outras formas de prazer.

Mas, Vanessa – que se diz pivô de inúmeras traições – prefere afirmar que a maioria dos casos extraconjugais é motivada pela curiosidade, pela vontade de variar os parceiros sexuais ou ainda, até para se autoafirmar e se sentir sexy e sedutor. “As causas variam, são diferentes em cada relacionamento. Os curiosos precisam saber como é o sexo fora do casamento, como é se divertir ao lado de outras pessoas. Já os que buscam se autoafirmar procuram casos extraconjugais para saber se ainda são desejados”, explica.

Ainda assim, não é possível apontar os culpados pela traição. “Quem trai é culpado pelo ato em si, mas as razões que o levaram a chegar neste ponto podem envolver muita coisa. As vezes a esposa não dá atenção necessária para o marido, o namorado deixa de satisfazer a namorada, outros por não se sentirem desejados e assim por diante. ”, diz Ana Maria. “Clima da relação favorece”, completa.

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