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Em meio aos temores de uma sangrenta segunda-feira, no setor bancário e nos mercados de ativos, as autoridades americanas agiram rapidamente para bloquear os riscos de uma corrida generalizada aos depósitos.

Em comunicado conjunto, Secretaria do Tesouro, Fed (Federal Reserve, banco central americano) e FDIC (fundo garantidor de depósitos, na sigla em inglês) anunciaram neste domingo (12) a garantia pelo governo americano de todos os depósitos do SVB (Vale do Silício Bank), da Califórnia. Também foram assegurados os depósitos do Signature Bank, de Nova York, que igualmente entraram em colapso e sofreram intervenção governamental no domingo. Uma outra instituição, o banco Silvergate, especializado em criptomoedas, depois que suas ações perderam 98% do valor de mercado, anunciou o encerramento de suas operações.

Não parece se tratar, desta vez, de uma crise de solvência, como em 2008, mas de uma crise de liquidez, à moda antiga e clássica, como ocorreu na década de 30.

Diante das notícias de perdas em seus ativos, temores de que o banco poderia enfrentar dificuldades em honrar seus passivos (depósitos) levaram depositantes a sacar seus recursos. A onda de saques se espalhou com grande rapidez entre os depositantes, dando origem à corrida que foi a instituição na lona.

Por que o SVB quebrou?

O SVB, décimo sexto maior banco americano, faliu depois de sofrer uma corrida de seus depositantes, que, em dois dias, o levou à lona. Na sexta-feira (10), a FDIC interveio no banco californiano, mas garantiu até então, segundo suas regras, apenas depósitos até US$ 250 mil.

Instituição que operava predominantemente com empresas de tecnologia, o SVB perdeu reservas com aplicações concentradas em títulos do governo, que perdeu valor em razão da alta dos juros determinados pelo Fed, para conter a herança. A perda de reservas foi o estopim para uma corrida bancária clássica a seus depósitos, que deixou a instituição sem reservas para cobrir os saques.

Temor é que falência deflagre “efeito-dominó”

Embora o comunicado emitido pelas autoridades federais destaquesssem não haver perigo sistêmico e que o sistema bancário permaneça saudável e resistente, a ação foi considerada uma clara demonstração de preocupação com um eventual “efeito-dominó” no setor financeiro. Revela também que, pelo menos até agora, não apareceu nenhuma instituição privada disposta a comprar o que sobrar do SVB. Uma linha de emergência de US$ 25 bilhões foi aberta pelo Tesouro para amparar instituições financeiras “elegíveis”.

As autoridades agiram rápido para estancar uma corrida, mas não se sabe se o que foi anunciado no domingo será suficiente para acalmar os mercados. Não se sabe também quais poderão ser as repercussões da quebra dos dois bancos americanos nas demais praças financeiras ao redor do mundo.

Rumores de que bancos digitais brasileiros mantinham recursos no SVR circularam nos últimos dias. O Nubank, sobre o qual morreu as principais suspeitas, anunciou publicamente não manter depósitos no banco americano.

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