O último prazo estabelecido para motoristas das categorias C, D e E realizar o exame toxicológico foi no dia 28 de dezembro do ano passado, mas só na Bahia foram identificados cerca de 643.228 condutores que apresentavam exames vencidos em seus registros, segundo o Detran no estado. É diante deste cenário que o prazo para regularização do exame foi prorrogado, com intenção de evitar que motoristas sofram a multa de R$ 1.467,35 e a penalidade de sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que é a punição para quem não está regularizado.

Conforme as novas datas, os motoristas com validade da CNH entre janeiro e junho terão até 31 de março de 2024 para realizar o exame, enquanto os condutores com validade da CNH entre julho e dezembro terão até 30 de abril deste ano, segundo a assessoria de comunicação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O número de motoristas que ainda não foram examinados em todo o País é de 1.214.903, de acordo com levantamento realizado pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) no dia 20 de janeiro.

O coordenador-geral de habilitação do Detran na Bahia, Max Passos, afirmou que o órgão tem acompanhado os fatores que dificultam a adesão de alguns motoristas e apontou que os principais motivos são a falta de conhecimento sobre a obrigatoriedade do exame, os custos envolvidos e outros motivos individuais.

É por isso que Max ressalta a importância desse adiamento da data limite. “Essa medida busca fomentar a segurança viária sem prejudicar a economia, especialmente porque muitos desses condutores desempenham atividades ligadas à logística, transporte e outras atividades essenciais”.

Para o caminhoneiro Gilson Batista, que fez o exame pela última vez em 2022, a regularização causou alguns transtornos. “É um trabalho porque você tem que procurar a clínica credenciada, arranjar um tempo para ir lá e ainda tem o custo dos exames, no meu caso foi de R$ 200. A pessoa que depende da habilitação para trabalhar nem sempre tem todos esses parâmetros para realizar esse tipo de procedimento”, explica.

O caminhoneiro ressalta, contudo, que compreende a importância do teste.

Substâncias

Com o intuito de aumentar a adesão dos motoristas, o presidente da Federação Nacional das Associações de Detran (Fenasdetran), Mário Conceição, explica que é preciso um maior ímpeto do governo na questão.

“É preciso de campanhas que informem a população do exame. Principalmente diante de uma multa deste tamanho. O governo poderia oferecer o exame por uma taxa simbólica ou até mesmo de graça para ajudar os motoristas”, recomenda Conceição.

O exame toxicológico capta uma variedade de substâncias que incluem opióides, cocaína, crack, maconha, anfetamina e variantes dessas drogas. O inspetor da Polícia Rodoviária Federal, Fábio Rocha, conta que outra droga muito comum usada por motoristas – além do álcool –, é a anfetamina.

“São drogas geralmente usadas como inibidores de sono, que as pessoas acabam consumindo para poder dirigir por mais tempo. Então ela acaba sendo muito utilizada por caminhoneiros e pessoas com prazos mais apertados, já que os ajuda a dirigir por mais tempo. Só que por outro lado acabam prejudicando sua própria capacidade de dirigir e colocando em risco todos que estão trafegando na rodovia”. Tanto para a segurança no trânsito, quanto para o bolso os motoristas das categorias indicadas devem se atentar ao novo prazo.

A Tarde